domingo, 18 de abril de 2010

Ceguidade

À procura de gestos apalpa as frontes
No silêncio que assoma olhares,
Entre vidros e cartazes uma voz anuncia
Que poderia erguer-se e alcançar o sol...

No silêncio eleva-se uma parede,
Cercando a vontade de ir adiante,
Os dedos tocam faces, imaginando-as
Belas, na doçura do belo...

Pode ser a dama ou o cão de guarda
O susto de tocar o inconstruido,
Ouvir sussurros dos retratos e encontrar
As ondas, longe do mar...

Entre tantos objetos mudos sente
A brisa desse mar...o coração pesado
Explora essa promessa de brisa marinha...
A sala, de nadas, mobília-se de gestos...

Braços estendidos para um lustre,
Talvez um guizo...talvez o sentido
No gesto da procura pelas frontes,
No silêncio dos olhares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário