domingo, 18 de abril de 2010

À natimorta Gabriele

Minha neta.


Esta súplica é por ti, menininha,
Tem a sua feição, me parece,
Que não pode dizer a que vinha,
Na afeição que terias, se viesse.

Este dia é para ti, menininha,
Que, sem tempo, um nome dissesse.
Nos longes, assim, não comezinha,
Tua alma lesta se expresse.

Não há claro ou escuro que afete
Sua forma de anjo, vibrante,
Do oráculo, do feto, essa messe.

Esta minha oração, essa prece,
Não é por teres ido tão antes,
Mas, porque vieste.

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