quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ressaca dos anos

Temos mantido o tempo pomar verde
À custa de excertos de vazões diárias
Das sujas águas ribanceiras velhas.
Como seremos de manhã, bem cedo?

Espreitando no espelho essa ressaca
De um tempo que vivemos e que era,
Olhos pesados, bocas ardendo sais,
Uma dor difusa passeando os dedos

Por rotas iludidas dos desejos que
Não teremos mais, nem de placebos,
Nem de memória a lembrar os ais.

Como seremos amanhã ao espelho
A dor de câimbras passeando nervos,
Se nem a memória nos alegra mais?

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