domingo, 29 de agosto de 2010

E, por podê-lo é que, incontinente,
Assumo erros e acertos casuais,
Que o dia vida alvorece
Sem as agruras dos jornais de ontem.
Por isso, pelo poder de voar os sonhos,
Torno-os factuais, que os fatos
São detalhes a desconsiderar.

Os fatos morrem quando morre o dia,
Esquecem de mim, de ti, de quem mais,
Em guerra ou paz, que o dia vida
É um detalhe a mais.
Fica o sonhado, mesmo inconcluido,
Nos filhos, que o podem viver
Se não punidos.

Por isso posso mais do que pensara
Enquanto engatinhava o dia e a vida
Eram uma fraca nascente,
Vertente que com o tempo, vira mar,
E confunde-se o feito com o vivido,
Que voejar os fatos consumados
É menos real que os inconsumidos.

Então, posso mais pensar do que fizera
Que o bom de sonho é sonhar pudera
Enquanto passe um filme dessa era
Pela tarde quase noite, que me espera
Nas poucas vezes que fazer viera.
Agora, a ignorar passantes e ficantes,
É que inda sonho perdurar na terra.

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