segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O dono do mundinho


"Irmãos, não me julgueis pelo abandono dessas sombras"
"Não me julgueis pelo que fui e jamais fui e sempre serei, pois de não ser vou sendo"
"não me julgueis por ter começado meu caminho naquela canoa"
"Perdoai-me por dizer a Deus que Ele não pode pisar meu caminho"
"eu fui ferido pelos vampiros gigantes"
Esses versos são extraídos dos "marimbondos de fogo" de José Sarney, declarações soltas, fora de contexto, mas, que por si, formam um novo contexto dentro do atual contexto. O poeta Sarney, membro (da cadeira 38) da Academia Brasileira de Letras, faz um mea culpa nesse palavreado, pedindo que não seja julgado pelo abandono
Das sombras, pelo que foi, é e será, porque, segundo ele, de não ser vai sendo... Explicado está, que para bom entendedor meia palavra bosta. Pede perdão por ter começado pelo caminho errado, mas julga-se além da lei de Deus, como está comprovado que está além da lei dos homens, diga-se, de seus pares, na enferrujada sede do congresso nacional, e completa dizendo-se ferido pelos vampiros, quem é ferido por vampiros vira vampiro, diz a lenda...
Este senhor octogenário é um vencedor, começou a vida nos confins do Maranhão, estado do qual é dono, pobre estado, que conseguiu deixar mais pobre ainda,
Manda no Amapá, outro com as calças nas mãos, tem uma bela família, toda instalada no governo central, conseguiu se maquiar de governador a senador, sem ter sido nenhum dos dois de verdade, ganha o maior salário do senado (52 mil reais), é membro da Academia! Não é qualquer Zé que tem poder sobre tantas coisas, nem sendo vampiro! É considerado o último coronel, ufa!
Falando nisto, a pior conseqüência dessa briga de foice é justamente a volta do coronelismo ao país que tanto sofreu nas décadas passadas nas mãos desses truculentos "coronéis". A volta de Renan e Collor na defesa de Sarney é uma amostra azeda do que teremos pela frente. Essas figuras vampirescas rondam o poder com tal veemência que assusta por sua periculosidade na manha de corromper governos fracos e se sobrepor às idéias e ideais progressistas, que vêm norteando as cabeças pensantes, mas poucas, desse congresso manietado.
Na nossa vida provinciana estamos acostumados a ver pessoas dessa idade com o respeito que as figuras deles merecem. É duro olhar para um homem de oitenta anos e ver tal canalhice. O que mais quer uma pessoa que já chegou onde almejaria um cidadão dessa idade? É preciso avisar o velhinho que estamos em 2009. Ele vive os tempos passados, sua mente o está traindo, tadinho, quando ele pergunta, na sua surdez e senilidade, do que o acusam.

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