quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Água mole em pedra dura...


O Programa Internacional de Avaliação de alunos (Pisa) analisando o nível de aprendizado dos alunos de 15 anos de idade em cincoenta e sete paises, vai encontrar a terra dos brasis em 52º em ciência, 54º em matemática e 49º em linguagem. Este momento, dos 15 anos, é quando o aluno deve estar terminando o curso básico, esse teste é feito a cada três anos nessas matérias primordiais para qualquer ascensão futura, concluindo que nossos jovens vão competir com os dessas outras 57 escolaridades, há que se chegar à conclusão de que já entram no jogo apanhando...
Não querendo ser pessimista, aviso aos meninos que o mundo compõem-se de mais de duzentos paises, mas, forçado a ser realista, na maioria desses paises a chance é mínima de se dar bem, por diferenças culturais, lingüísticas, as oportunidades se afunilam e sobra para investir num projeto de vida poucos portos acolhedores, desses, todos os outros meninos dos 57 paises estão na mesma fila, que anda...
Olhando mais à frente, na pós-graduação, é que podemos mensurar a perda. Hoje, os alunos que patinaram aos quinze anos, antes, somam míseros 58 mil graduandos, graduados pesquisando temos 200 mil, frente a 900 mil na Rússia, país com nível de vida comparado ao nosso. Enquanto apenas 20% se matriculam em pós no Brasil, no Peru e Chile somam 60%. Coréia e Finlândia matriculam 100%! A fila anda...
Há dois modos de um país crescer: aumentando produção e ou aumentando produtividade. Só há um modo perene, aumento de produtividade. A finitude da primeira opção é a saturação, por esforço físico de horas trabalhadas a mais ou por exaustão do capital de giro. A segunda opção, se bem cimentada em cursos, desde o primário, não satura nem se fina antecipadamente, tende a crescer sempre.
De vinte a trinta por cento dos alunos do 4° ano do primeiro grau, que deveriam estar com 11 anos, já têm 15. quer dizer, estão patinando cedo. Esse problema vem desde o inicio da escolarização, infelizmente a criança não é alfabetizada nos primeiros anos, o que resulta em “alfabetizados” que não conseguem entender textos simples de leitura, como competir profissionalmente?
Fico triste em ver a realidade desse abandono. Qualquer um de nós já se defrontou com jovens que sonham ir para outros países, de “primeiro mundo” lavar pratos, cuidar de crianças, faxinar casas dos outros...e por aí afora, por que? Porque não têm preparo para coisas mais intelectuais. É vergonhoso mas é verdade.
A alfabetização em massa já acontece no Uruguai e na Argentina há 100 anos! Nos paises desenvolvidos há 200 anos! Se formos comparar o desenvolvimento de nossa educaçao com o da medicina e da industria, segundo Gustavo Ioschpe, craque no assunto, estaríamos operando cirurgias sem anestesia e carros a vapor.
Estou batendo nessa mesma tecla porque é hora de pensar nos próximos comandantes, no que prometem e no que, de sensato, podem fazer pela educação. Água mole em pedra dura...
sergiodonadio.blogspot.com

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