quinta-feira, 30 de junho de 2011

Lições do fogaréu


O renascer das coisas em cinzas
Faz crer na existência de um deus
Entre as inverdades das promessas
E a verdade dessa brotação em festa.
Daqui, desse solo carcomido,
Dentre as chamas as cinzas mortas
Revigoram o verde, esse milagre
Para quem não acredita mais nisso.
Olhai os lírios do campo...
Que os plantou e fez florescer
Tais puros caules a fazer colores
Das cinzas que ventaram ontem?
Se hoje existe esse campo verde
Que vejo entre minhas dúvidas
É porque a natureza mais que abusa
Das precauções do cético.
Inda ontem estava eu chorando
As cinzas da queimada doutro dia,
Agora vejo renascendo o que não sabia.
Assim é a prova, amigo, da ignorância
De nós que não cremos nesse deus
Que nos leva de adulto a ser criança
Outra na inocência que se perdeu
Entre as descrenças provocadas
Por essa manada de ateus.

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