quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Buk, este velho escancarado


Me irrito
Com os chegados.
Não me irrito
Com os afastados.

Não me importa se o desconhecido
Não se comporta.
Não me importa se o afastado
Se alcooliza, e,
Sob a brisa cai e descansa
Nas latas desse lixo...

Mas,
Se a cara embebedada reconheço,
Aí me importa
O desleixo,
A baixa auto-estima,

A purgação dos seixos
Deixados adivinhar
Futuros...
Me importa a vida
Que está morrendo
Inanimada.



Sombras


Minha sombra é de um menino.
Devo estar delirando...
A glicose a 120 me faz um velho,
A estatina me faz um doente,
Os ossos gastos me vencem a força
De quando era eu menino...

Só a sombra se parece comigo
Antes...
Só a sombra não se curva,
Só a sombra não faz a dieta
Prescrita pelo calendário
Dos posso não posso...

O que não posso
Pode a sombra incólume aos anos,
Vivida, atuante, merecida
Das condições de sombra
De um menino saltitante
Desde eu menino.

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