quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Jacob Palis, outro brasileiro

O matemático nascido em Uberaba em 15/03/1940, que formou-se engenheiro no Rio de Janeiro e doutorou-se em Berkeley nos Estados Unidos na década de 60, desde 1973 é professor titular do famoso Impa, instituto que dirigiu por uma década, elevando-o como um dos melhores centros de pesquisa do mundo. Depois de premiado dentro e fora do Brasil inúmeras vezes, recebeu em 2010 o premio Balzan, (correspondente ao Nobel, em matemática), por seu trabalho na área de sistemas dinâmicos, que prevê com relativo acertamento o comportamento futuro de alterações climáticas, entre outros.
O premio Balzan, além de sua importância em honraria para pesquisadores, corresponde em dinheiro a um milhão e oitocentos mil reais, que Palis aplicará, em parte, para estímulo a novos pesquisadores brasileiros.
O brasileiro Jacob Palis, do alto de sua autoridade, aponta os porquês do Brasil estar aquém de sua possibilidade, comparando com a China, país equivalente ao nosso em campos estruturais, eles investem 40% mais que nós, em relação ao PIB, em pesquisa e desenvolvimento, e, principalmente avaliam por mérito os estudantes de todas as áreas, seguindo os paises de primeiro mundo, que já fazem isso há séculos, enquanto o Brasil prega a igualdade, nivelando por baixo, e despreza o mérito, esta contramão em que andamos traz um atraso enorme para todos os brasileiros. Segundo o professor, e muitos outros, aí reside o problema, pois nós continuamos exportando produtos básicos, que eles transformam e agregam valores, para nos vender de volta!
No levantamento as OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) os estudantes brasileiros são os piores colocados! Temos de iniciar um processo para aguçar nas crianças o gosto pela leitura em geral, e principalmente nesse ponto pela ciência, coisa que a Coréia faz há 40 anos, colhendo hoje o resultado, e que o chamado primeiro mundo faz há muito mais tempo...
O Brasil forma 12.000 doutores por ano, (na área da ciência 150), que não dá nem para preencher as vagas de professores nas universidades, o que dizer de fornecer para a indústria profissionais que acelerem o passo lerdo que caminhamos? Há falta de profissional, por exemplo, na área crucial da extração de petróleo, da construção civil, da mecânica, entre outras...e, para piorar, há a exigência de se fazer a seleção dos candidatos em português, quando é sabido que a língua universal da ciência é o inglês, até na China! Por que não selecionar pela capacidade e dar um tempo para o candidato aprender a língua depois, para se enturmar?
O ensino brasileiro, ainda segundo o professor, está no caminho, mas muito lento em comparação ao passo forte dos concorrentes. Mas, desse engatinhamento salva-se de vez em quando um crânio privilegiado, que consegue se destacar e levantar a bandeira nos píncaros da vitória. Parabéns, professor Jacob “pardal” Palis!
www.sergiodonadio.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário