domingo, 1 de janeiro de 2012

De sobra


Eu era apenas um menino...
Mal copiava as lições no quadro
Ele se apagava,
(E na minha memória também)
As coisas desimportavam
Na medida em que não
As entendia ou me entediava...

Mas eu era apenas um menino...
Queria correr a pipa, jogar bola,
Não queria cortar as unhas sujas,
Minha aceitação, sua derrota.
Corri dessas escolas copiosas
De me fazer letrado ou prosa...
Mas eu corria das provas...

Eu fui apenas um menino,
Deseducado de aprender datas
E nomes famosos, todos mortos...
Mas agora, todos mortos, se
Não esquecidos em suas covas,
Insepultos na minha desmemoria.
Eu sou apenas um menino...
Que não foi embora.



desprecisados


Quando as pessoas
“desprecisam”...
É um perigo,
Pensar-se independente
do mundo
Num mundo interdependente,
Global,

E ser lacônico nisso,
Olha, é um perigo.
Perigo de bater nas paredes,
Ter as portas fechadas
para cada ação,

Ter as janelas corridas,
As luzes apagadas...
As mãos recolhidas
Na hora da benção...

Eu não preciso de você
É um perigo
De contaminação.

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