domingo, 1 de janeiro de 2012

Vida de cão


Passa pela frente
Um bicho que parece um homem
No momento em que vejo
Um cão tratado lorde...
O bicho é mesmo um homem
E implora um pão amanhecido
Para conter a morte
Prenunciada na sua fome.

O cão se refestela
Com biscoitos de bacon e mel
E uma tigela de frutas...
A beira da piscina...
O bicho homem é esquecido.
Com sua miséria partida
Nas construções de vidas
A fome amanhecida...










exumação


Os cachos dos cabelos
Reaparecem
Ah... seria bonito
Não fora funesto...

Mas é preciso alçar
O caixão à tona
E buscar os ossos
Partidos em tantos,

E puxar trapos podres
Das guirlandas
E soltar dos cabelos
Os apetrechos de antes.

Agora agregados
Seremos parceiros,
Menina dos cabelos
Encaracolados...

Que já não sabe
Cuida-los nem pretende,
Que são vastas outras
Inúbias prementes

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