terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Profissão: Político!


Faz tempo que política, a partidária principalmente, virou profissão? O engajamento político deveria ser sempre um compromisso de se dar algo à nação, não de esperar ser pago por isso. O ser humano é um animal político. Quando se insere nas ações políticas da sociedade em que vive, o intuito é de ajudar sua comunidade. Mas, em todos os tempos esse ideal parece deturpado pelo cinismo de usar o degrau que lhe confere a ação política, a partidária principalmente, para se mostrar “benevolente” e dar cunho à famosa frase: Fazer mesura com o chapéu alheio.Quando um cidadão é chamado(ou se oferece)para disputar um cargo eletivo, normalmente o primeiro degrau é a câmara de vereadores, parece que ele já assume a paternidade das mazelas da cidade, oferecendo desde carona a materiais diversos para socorrer emergências ou carências do eleitor, (se o cidadão não for eleitor, não tem nem bom dia), se eleito, passa a ser padrinho informal de seu bairro inteiro.
Desde quando política se tornou profissão? A ação política é aberta a todo cidadão eleitor, profissão?: Carpinteiro, médico, ferreiro, até auxiliar de...é profissão. Política não, política é ação de cidadania. Mesmo parecendo ingenuidade, deveria ser regra a disposição de servir, sem ser recompensado financeiramente, sua comunidade, esta que te recebe de braços abertos quando você a procura e se estabelece como profissional, seja empregado ou empregador, em qualquer ramo que se ache apto.
Quando o cidadão assume um cargo político, sendo remunerado por seu tempo, não deixa de ser o profissional que já era antes, então não deveria agregar à sua profissão a de político, até porque é uma incumbência passageira. Quando um dentista vereador termina seu mandato, ele continua dentista, isto é sua profissão!
Essa profissionalização do afazer político tem feito com que o elegido lute por sua permanência no espaço estatal, pelo fato de ter perdido espaço no seu verdadeiro fazer profissional, tornando assim dependente de mandato “profissional”. Essa dependência provoca atos de mudança fisiológica acima da ideológica, que faz o interesse inicial mudar de assento, desde que permita a continuidade, às vezes desastrosa.
O espaço estatal parece perder importância quando se reduz à mera posição de profissão ao que almeja ser estadista, condição muito acima de qualquer profissão. Isto é um perigoso parâmetro para o olhar pragmático do cidadão, que passa a ver seu estadista como carreirista, e perde motivação para votar, pilar mestre da democracia, o poder do povo.
sergiodonadio.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário