Cuidados
Chega-se a uma
idade
Para tornar a ser
criança...
Derrubando coisas,
Balbuciando palavras,
Esquecendo de como
é
Tomar o banho
direito,
Ou mesmo não
querendo...
Perdendo a noção
de quantias
No prato, no copo,
na roupa...
Sentindo-se
molhado ou
Lambuzado de
azeites...
É penoso pensar
que o fim
Se pareça com o
começo,
Mas é preciso
reconhecer
Que o idoso senil
cuidou
De você nessa fase
antes
De ser o adulto
que é.
Inglória seria
desfazer-se
Da memória de ser
Ainda o filho.
Expectativas
Quantas vezes a
festa
É a continuação da
missa?
Os enfeites
comestíveis
E a comida intragável...
A
companhia... Distante,
E o ausente
lembrado...
É o suplício do
momento
Num calor
insuportável
Quantas vezes a
festa
É um chá quente
esfriado...
A bebida gelo
quente...
O arroz comboiado
frio...
As pernas cansadas
De esperar em
filas
Para servir-se
Das sobras...
Mas a festa é
espera...
Se não do inicio,
Do começo do fim.
Dentro das
possibilidades
Se possível,
Faça-se vento
Nessa planura
De dissentimentos.
Se possível
Meça-se a ação
Pela inação das
partes,
Se possível...
Se não,
Peça licença para
sair
Desse espaço de
feira,
Onde a fruta
Amadurece antes
E apodrece depois
De catada e
comida,
Como as meninas
Desta mesma rua
Sem saída.
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