domingo, 17 de novembro de 2013

Cumplicidades


A noite da ouvidos
Ao silêncio harmonioso,
Agora confraternizam
Florezinhas singelas
Com troncos podres...
A paz advinda do sono
Que desmaia o ser humano
Traduz em harmonia
A convivência.
Apenas os cães se coçam
Das pulgas do dia,
Os espinhos aquietam,
Os gatos ronronam...
O ser humano dorme
E deixa dormir
A natureza.











Personalidades


Há um eu no coletivo
Minando de cada palavra,
Mesmo da não dita,
Apenas pensada dizer-se...
A singularidade de cada um
Espraia-se quando
Absorve os outros eus
Pelos cantos das salas,
Pelas sombras das árvores,
Pelo topo dos formigueiros...
Somos pessoas ou formigas
Passeando e trabalhando
Incansáveis momentos.
Há uma personalidade
Em cada criança nascente,
Em cada ação de mesas,
Em cada fila ao açúcar
Das sobremesas...








Esfinges


A mente com duas vozes
                 Diversas na mesma ossada,
Troncos quebrados por um raio,
Partidos em dois pedaços...
O que somos enquanto esfinges,
Derivando olhares e pensamentos
Para ocasiões diversas
Mas idênticas na base?

O tronco com duas cabeças
Ou a cabeça com dois troncos?
Somos a esfinge, piorando
A sensação de acertados quando
Erramos feio a percepção
Dos acontecidos vários
Entre as mãos decepadas
E os pensamentos...

A boca com duas vozes,
O chicote com dois algozes,
O que seria mais fácil adaptar
Entre membros faltantes?
Talvez uma mente melhor,
Talvez um segundo braço
Atrapalhando o gesto

De adeus.

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