domingo, 17 de novembro de 2013



                     Para o menino sem seu pai


Você, que está sozinho
Por esta noite, pense
Nas crianças que estão sozinhas
Por uma semana inteira...
Ou por uma vida inteira...

Você que está longe
Da pessoa amada
Por esta noite, pense
Nas pessoas que nem sabem
Onde estão seus amores
Por esta noite,
Por esta semana,
Por uma vida inteira...

Veja que não está só
Se tem um retrato na parede
Vivendo um momento antes
Uma semana antes,
Uma vida inteira antes...


incoexistências


Quando se revoga a promessa,
Uma mão dada em comunhão,
Se rejeita a oferta de um coração
Sem tempo de pensar...
Aí a promessa de companhia
Torna-se solidão.

                      Na ternura  incoexistente
                     O prazer não se sustenta ,
Quando já não há motivos
Inverte-se a razão de estar,
Reverte-se a promessa de ser,
Embora indecididos...

Faz-se escura a luz de antes,
O sol que seria vida queima
A mão que seria afago e
A mente companheira...
Isso posto, faça suas malas,
Acerte seus ponteiros, saia.

A vida a dois só pode quando
A cumplicidade é maior
Que a relevância dos nãos
E a mão esteja firme a cada
Ação da outra mão para
A razão de estar.


A classe dizimada


A que opera máquinas...
A que opera vidas...
A que opera números...
Todas as classes comprimidas
Em suas castas
Levantarão ao ouvir
O chamado para resilir-se.
Diante do pão ázimo
Das fomes outras,
Além da comida.










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