domingo, 17 de novembro de 2013


Pintura contemporânea


Não da pra pintar o mundo
Apenas com as cores escuras
Dos noticiários...
Para colorir essas tramas
É preciso medir a dimensão
Das crianças sobre o fundo
Infinito dessa tela, inacabada.

Há muita cor no sorriso
Da inocência, maior que
 A maledicência dos adultos
E de suas atrozes raivas...

Não da para cuidar cada cena
Sem esperança ou saudade,
Apenas com os conflitos
Momentâneos...
Eles são efêmeros,
Perene é vontade infantil
De colorir com cores vivas
A realidade.





Anjos


Alguém está olhando por nós
Nas frestas do firmamento...
Espiando os atos terminais do ano,
Expiando os atos que se diluem
No tempo passado neutro...

Alguém visualiza nossos pereceres
Desde o firmamento...
Procurando ver o direito
Nos tortuosos acontecimentos
De um dia a mais no tempo.

A névoa veste a madrugada...
É preciso ouvir os sons
Que o escuro esconde nela
Para perceber a diferença
Com o escuro do dia.

A vida agora está mais leve
Sem os calores do sol a pino
E as preocupações
Que abalroaram a nitidez
Das intenções limitadas.







Alguém está olhando por nós
Nas frestas do firmamento...
A vida agora está mais leve
Da pra perceber diferenças
Nos escuros dos dias...

Alguém vigia nossos passos
Enquanto erramos pela aí
E expia nossos pensares,
Ouvindo o reclamar de nós,
Como seus pares.

A noite veste-se para festa,
Termina o ano calendário
Com mais saudade que
Esperança em nós,
Enquanto lares.

Alguém está olhando por nós
No firmamento, entre frestas
De momentos a sós,
E outros desacompanhados
De nós.


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