domingo, 15 de dezembro de 2013



As idades do homem...

Eu vi as idades do homem...
Da vergonha à luxúria,
Da primeira infância
À última lamúria.

Das idades do homem vi
Da descrença absoluta
À crença cega e inaldita
Nos pseudo pastores.

Vi as idades no homem
Criarem sonhos e rugas,
Bastando ofertas tinhosas
Para quaisquer loucuras.

E das idades dos homens,
Lobos à meia luz das asas,
Mansos cordeiros no dia
Enlevado em avós esturros...




E vi dessas idades no homem
O sono das tardes quentes,
A tardia vontade diluída
Em sagazes armadilhas...

                                        Eu vivi as idades do homem...
Ousadamente definidas
Em formas afeminadas
E fórmulas indevidas...

E vendo as idades no homem
Ferindo lábios atrevidos
Refiz o caminho feito
De tantas razões indevidas

Porque a idade, no homem,
Define mancos e doloridos
Os passos inda devidos
Às tardes desvividas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário