domingo, 15 de dezembro de 2013






Pactos


Para quem acredita
Deus deu o livre arbítrio.
Para quem não acredita
Tanto faz...

Mas, para acompanhar
O sorriso desses deuses
É preciso desamarrar
O rancor da véspera,
Desfazer ódios plantados
Nas mentes ranzinzas...
E postergar... Postergar...
Até esquecer de vez,
As agruras de sofrer.

O livre arbítrio continua
Arbitrado a cada ato.
Para o que não acredita,
Tanto faz.








Insepultos


Os crânios brancos sepultados
Estão rindo de seus algozes,
Presos em suas consciências,
Grades invisíveis, fórceps,

De onde olham o medo
A que estão agrilhoados
Indefinidamente, como
Crânios brancos insepultos...










Acastelados


Na aliança feita com o silêncio
Dá pra ouvir os cavalos na noite...
Expira agora o momento de dor,
Apenas o trotar das patas
Converte-se em verdade.
Cavalos encilhados lá fora
Fazem sentido agora,
Quando sozinhos voltam,
Sedentos.
Deixados para trás
Os patrulhadores,
Apenas os meninos choram,
Filhos daqueles
Que são história agora,
Empilhados na memória.








Ligas


Nascem  letras novas
Sobre as letras mortas...
O amor não muda de dono,
Nem o som dessa palavra
Nem o significado...
Apenas criou-se
Uma palavra nova
Para cada situação
 De amado ou desamado.
Nesses tempos novos
As palavras são incluídas
À vontade
Num desamparado dicionário
Coletivo de amálgamas.

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