sábado, 17 de maio de 2014



Sonhado,


É preciso falar do que não vivemos.
O que vivemos é explícito no gesto,
Nas rugas, no manquejar as pernas,
Nas idas e vindas de risos ousados.
Do que vivemos bem que sabemos...

Por isso falemos do não convivido...
Talvez perseguido, não acontecido...
É preciso falar do que não vivemos
Das horas perigosas, nos atos nulos,
Nas festas, escabrosas empreitadas.

É preciso falar do que não vivemos
Nos bares da vida, na vida em bares,
Talvez das partidas, mas muito mais
Das chegadas... Vindas às tardes.
É preciso falar do que não vivemos.

Nas paralelas noitadas, sem álcool,
Apenas o discurso nuvioso de padre.
É... preciso falar do que não vivemos
Que o vivido está cansado de chorar
E sorrir as horas doces ou amargas.

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