Miopia ética
A distorção de pontos de vista sobre acontecimentos
danosos. É a impressão que temos vendo certas projeções inexequíveis,
proferidas por autoridades descompostas de padrões esperados em sua função, como,
por exemplo, o financiamento de obras públicas nos mais diversos setores da
comunidade, notadamente agora, com a proximidade da copa do mundo e a esperança
da olimpíada vindoura. Já é de praxe gastar desmesuradamente o dinheiro suado
dos contribuintes em superfaturamentos e desperdícios sem conta, executados por
profissionais sem princípios. Vem de longe essa despreocupação com o custo real
de obras e com seu desserviço para a população. Como não podemos regredir aos
inúmeros atos falhos das gestões passadas, até poderíamos, mas seria dar furo
na água, pela prescrição dos delitos, vamos nos ater ao que pode mudar de rumo,
chama a atenção o volume de dinheiro, público ou privado, que fura os
orçamentos pré determinados pelos contratos, nessas obras preparativas para os
dois eventos. Uma distorção evidente é a crítica contundente que fazem à
realização da copa do mundo no Brasil, pois, segundo dados do Ministério da
Saúde, de um orçamento de 79 bilhões para 2013, foram aplicados 50% no
período... Aí é de se pensar: com tanto dinheiro orçado, por que essa penúria
dos hospitais e postos de saúde pelo país afora, com ou sem copa do mundo?!
Outra controvérsia: Se aeroportos foram “privatizados” com tempo hábil, por que
não estão prontos às vésperas da copa? Por que as obras de apoio, como tendas
para a parafernália de equipamentos das emissoras que farão a cobertura, não estão
montadas? Por que as vias de acesso continuam precárias?
A distorção se estende às manifestações contra a
realização dos eventos, se são fatos consumados! As greves oportunistas que
atravancam as grandes cidades são resultado do péssimo salário pago aos
motoristas? Mas, desde quando estão assim? Como o absurdo das empresas que
estavam cobrando dos motoristas as passagens abonadas por lei para pessoas idosas!
São tantas reclamações oportunistas que dá a impressão de estarem negativando a
própria brasilidade. Não é de hoje que as coisas não funcionam como se espera
nesse rincão, mas nesse tempo que seria de festa grupos (dês)organizados tentam
melar o sucesso dessa festa, tão esperada a cada quatro anos, como se o nosso
povo não merecesse tal regalia, regalia em parte porque sabemos que não teremos
a chave dos portões dos estádios, abertos em valores descomunais para a maioria
da população...
Só para terminar esta linha de pensamento: A FIFA
parece estar governando nossos governantes, senão vejamos alguns exemplos:
mudou as regras de venda de bebidas nos estádios, convocou voluntários para
trabalhar de graça, e, agora proibiu farofeiros na praia de Copacabana nos
festejos organizados por ela... Até na praia o padrão FIFA?! Assistindo pela TV posso comer pipoca?
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