quinta-feira, 28 de agosto de 2014



Do livro na hora do silêncio

Santos dias
Homenagem aos cordelistas


Quantas vezes a vida passa
E nem sabe que passou?
Quantas vezes o homem chora
E nem sabe que chorou?

Quantas vezes o sonho acaba
E não viajou, e, se viajou
O barco perdeu a onda,
A onda o navegador...

Quantas vezes o dia clareia
A noite que clareou e
Mostra a paz na guerra, que
Metafórica se mostrou?

O dia foi, não acabou,
O retireiro fez sua hora
Que a hora o fez doutor e
Quanta esmola esmolou?

Quantas vezes o dia rola
Seu rolo compressor, e,
A paz tornou-se guerra e
A guerra em paz gerou?






Quantas o amor não chega
Nas vezes em que chegou.
Todas as vezes somadas
Em uma só se tornou

Trazendo remorso e saudade
No tempo de tanta dor
E com a morte a pessoa
Em santa se transformou

Porque a morte perdoa
Erros que a vida alimentou
Nas tantas vezes varrida
Por baixo do cobertor.

O dia já foi embora
Nem sabe que acabou.
Às vezes o homem chora
O menino que chorou.

Na noite que sonha acaba
No dia que não acabou,
Finda a sua hora de mágoa,
Veste sua hora de andor.


Sergiodonadio.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário