domingo, 14 de setembro de 2014



Eis que passa o último apressado
 

Eis que passa mais um pela avenida,
É normal que desça esta alameda
Levado pelos que levou em vida...
Diariamente alguém que se vá leso.

Eis que passam as coroas de flores
Reverenciando quem não se importa 
mais com a dor ou o riso ou a rixa...
É passível que se chore a despedida

Do que não chora mais a dor da ida...
Pode que seja alguém deslembrado
Nesse leito gemido e transtornado,

Como pode seja alguém inesperado
Deixando rastro, força desmedida,
Pensando ser infinda a própria vida.


Sergiodonadio.blogspot.com



Tempos eletivos


Politicamente estou sempre errado
Pois não creio em quem se credita
Sábio, moralista, criador do fato,
De nova velha forma de desdita.

Quem o próximo a despedir-se?
Pelo descuido, bebido ou zangado...
Pode ser o perdedor sem passado
Ou o ganhador, que enfim se evita.

A perda é a recriação desse tempo
Levado a ser manada e ser elenco
Da assisada primavera reprimida.

Seremos, por conluio, responsáveis
Por esses tempos inadministráveis
Que roubam pouco a pouco a vida.

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