terça-feira, 4 de novembro de 2014



À menina que cansou de sofrer de viver:

A visita que não se espera, por amarga,
O momento que não erra, por estático,
A paixão que se encerra nesse ato...
Morrer é assim viajar, um tanto saudade,
Outro tanto a lamentar a oclusão do fato.
Partir em partes, despedindo do que vai...
Assim como o corte de cabelo, da barba,
A troca da vestimenta por outra banhada,
Surgir do nada, um soluço sentido,
Um respirar assentido deixa ir e ficar.
A visita mais esperada toma assento,
Aceita um chá, o que resta do amor
Que foi difícil angariar, veio te convidar,
Com teu rancor que promete acalmar
Na hora deixada à dor apenas o ar...
A visita que não espera assim amarga,
É o momento que encerra as dúvidas
De como seria abandonar à carcaça
As estrovengas da vida...
A visita que agora esperas... Tens a mesa
Posta como Bandeira a teria, cada coisa
Em seu lugar, a cama, a mesa, a quinta,
À hora de se abastar da fome extinta?
A hora crepuscular... Na manhazinha...
A visita que não se espera, por amarga,
O momento que não erra, por estático,
A paixão que se encerra nesse ato...

Sergiodonadio.blogspot.com

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