quinta-feira, 22 de janeiro de 2015



Os nada
Do livro convexos

Nos garranchos das margens
Do lodo
Nascem aqueles cogumelos
Que as formigas cozinham com os olhos
E levam
Pra não sei onde
Dentro de covos baixos.
Nas terras latifúndias...
Pra esses não sei onde
Levam pernas de aranhas solitárias,
Restos dos pães farofados
E tudo que encontram nas folhas secas
Caídas desdontem.
Ali formam seus paióis para sempre
E mais um dia.
Enquanto as pessoas pisam seus carreiros
E não às vêm neles
Elas perambulam pelas casas,
Pelos potes de doce, pelos potes sem doce,
E sobrevivem às pessoas,
Que se vão.
São os nada em nossas mãos?
É difícil reconhecer
Que o nada também existe.


Sergiodonadio.blogspot.com

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