sexta-feira, 30 de janeiro de 2015



Termo antigo
Do livro Enclaves

Olho o homem engraxando sapatos
Que ele não usa. Nem ousa...
Cantarola uma canção baixinho,
Estrala a flanela nos sapatos lustros
E ri-se...
De suas pernas paralíticas
Ele não conta.
Conta do riso solto e da sua boa vida.
De suas calças rasgadas
Ele não conta,
Conta dos pastéis que irá comer
Com a grana dessa graxa.
Vês este homem e sua (dês)graça?
É preciso aprender com ele
A ser feliz
Com o que tem à mão:
Uma flanela e uma latinha
De nugget.








Esses gatos vadios
Entram e saem sem
Cerimônia.
Antes os espantava de casa,
Eles voltam sempre...
Enfim percebo
Que fazemos parte
Do mesmo meio ambiente,
E nos parecemos...














Labirinto


Cercada de heras
A poesia dentro do poema
É um labirinto verde
Entre saídas escusas...
É preciso engenhar cada passo
Para sair desse crivo
E voltar ao sol costumeiro
De lá fora...  Incólume.

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