domingo, 1 de março de 2015



Ensolvado


Como se fosse este o momento
Subimos
A rampa do Palácio
Perscrutando respostas
Ao não perguntado.

Como se fosse este o aviso
Deixamos correr lágrimas
Sentidas quentes, salgadas,
Entre sorrisos
Gastos.

Como se fosse solúvel a calma
Ensolvemos as paradas
Entre a fé na parição
E a preocupação
Com os atos.








Absolvições


Procuramos amar as coisas
Feias
Como se elas necessitassem mais
De nosso amor.
Procuramos compensar
Nossos pecados
De usura e transcendência,
Que não estão nas listas,
Afagando o ego
Dessas coisas feias das tardes,
Como a correria de fluidos
Para algum outro lugar,
Que não este, onde as coisas
Parecem ser o que são.
Procuramos amar o feio
Porque assim afagamos nossa
Necessidade de ser
Absolvidos.







Alienados


De sua cadeira
Em frente à grade de proteção
O senhor se previne da rua...
Estamos preocupados
Com os pequenos ladrões...
Enquanto os maiores passam
E voam em suas ocupações.
Estamos preocupados com portões
Enquanto nos invadem pelo som.
Estamos preocupados com minúcias
Enquanto nos abalam a fé
Em tantas disputas.
A usurpação é maior
Que a carteira afanada ontem,
Mas não podemos fazer nada,
E nos conformamos
Em prender meninos famintos
De algo mais que arroz e feijão.
Estaríamos preocupados com a alienação?


Sergiodonadio.blogspot.com




















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