quarta-feira, 13 de maio de 2015



Política da terra arrasada
Murici, Alagoas. Está no noticiário por três motivos lamentáveis: inundações, escândalos de desvio de verbas, e o pior dos três: revezamento dos Calheiro há mais de trinta anos. Por que o pior? Por ser mais danoso dos motivos, o coronelismo desenfreado. Por essa catástrofe chamada de mando político, a cidade, de 26 mil habitantes tem 30% da população analfabeta, grande parte vive em favelas e dois terços dos habitantes dependem do Bolsa Família para sobreviver. Apesar dos dados indicarem abandono, a cidade já foi beneficiada em quase R$ 40 milhões de reais por cerca de 114 convênios com diversos ministérios, mais que o dobro da vizinha União dos Palmares com o dobro de habitantes. dados de 2010. O Ministério Público está investigando se houve irregularidades na destinação das verbas federais... Se houve?! 65% recebem bolsas, ah bom... Mas o IDH emperra em 0,58, baixíssimo. A melhor escola da cidade é feita de tapumes e chão batido, tendo menos uma hora de aula por não ter merenda, que tem! Segundo o Supremo Tribunal Federal. Mas não chega aos famintos aluninhos... Pra que? Pra formar cabeças pensantes e começar a perguntar por que moram em favelas se foram construídas 2.000 casas?  Distribuídas aos apaniguados para locar aos desalojados pela inundação daquele ano. O MP determinou atender a lista de cadastrados, e daí? 1200 funcionários da prefeitura local são os privilegiados, o restante almoça o que a família de Remi, irmão de Renan, e atual prefeito, distribui segundo seus critérios de beija mão. O rio que inunda é o mesmo que fornece água para beber e lavar roupa. O grande contingente de favelados numa área de terra fértil e produtora, mas constrangida a viver das esmolas, é um acinte para as autoridades, que sabem, tanto que existem processos correndo na justiça, dos desmandos e não socorrem esse povo, manietado aos arreios de uma família acabadora de futuro de gerações dominadas, a exemplo dos Sarney, dos Magalhães, dos Ramalho, dos Maia... Até quando?  Renan senador, e seu irmão Olavo, deputado, são herdeiros das terras na região, arrebanhadas pelo patriarca “major” Olavo, que chegou a cavalo, como homem do povo, derrubando outra oligarquia em nome de mudança, criando a sua própria, hoje representada por Remi, tendo como vice prefeito Olavo Neto, e a primeira “dama” como Secretária, detendo o cadastro do bolsa família. E em Brasília como escudo os dois irmãos. Temerosa do poder da “famiglia” a população “vota” nos Calheiros ano após ano... Por uma cesta básica de rotina.

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