domingo, 7 de junho de 2015




A sombra cai de madura
Quando morre quem a perdura.












Essa maldade nua e crua
Diferencia, de repente,
O disturbado sangue na rua:
Que seja bicho ou gente...










No verso chamo as estrelas
Mas as estrelas não vêm,
Olhando bem detalhado
Vejo-as chamando também...








Se meus versos sobreviverem
Eu não preciso existir










Mais que perceber a vida
É percebê-la vivida...
Dia a dia, hora a hora,
Talvez contando segundos
De tua história...







Estava aqui em meu canto
Cismando coisas ao redor
Quando vejo a lagartixa
Cuidando de sua fome só...





Olha pela janela


Olha pela janela
Para ver as coisas
Como são,
Como se fora visita
Em casa de padrinhos,
Como se não fizesse
Parte do canteiro,
Mas sabe-se vivo
Olhando a abelha
No pólen da flor laranjeira.
A do cafezal
É tão linda quanto,
Mas cada uma
Tem seu encanto...
Olha pela janela
Para ver as coisas
Como seriam,
Não fora a abelha, o pólen,
A cor laranjeira
Florindo ainda...
É que a vida lá fora
Está mais viva!






Ponta cabeça

O que sinto neste tempo
De ponta cabeça
É que ninguém mais sabe da mó,
Da bigorna, do fogo no ferro
Moldado como se queira.
O que sinto é a falta
De manuseio
Dessas ferramentas antigas
Neste tempo em que tudo
Chega feito
Sem dizer como moldar-se ao ferro,
Fresar a vida até chegar ao veio.
O que sinto é que não se sente
Mais o esforço alheio.













Poesia não é para apenas seja lida,
Mas, que a cada leitura seja polida.
















Quando a areia deixar de ser vidro
E o vidro voltar a ser areia
Acreditarei nos presságios
Dos utopistas contrários ao fato.







Toda pétala
se despetala.
É só uma questão
De outonos...













Cozinho... Cozinho...
Até que
Vire minha sala
Minha cozinha







Nem todo terço terça,
Nem todo tapete é persa.
Olha bem no que tu compra,
Se se monta...















Sentir o chão tremendo
É mais de uma possibilidade:
Terremoto ou bebedeira?
-não se sabe.



Torcida


O canto pode ser azul ou verde,
Colorido como se queira,
Torcendo por cada bandeira...















O barulho pode ser granizo?
Essa chuva sem fim
É a palavra caindo de mim.





Nenhum comentário:

Postar um comentário