quinta-feira, 16 de julho de 2015



Desapontamento


Quando desvanece o sonho
A esperança tropeça...
Na paz de saber-se vencido
Já nada mais interessa.

A noite jubilou-se em festa,
A manhã entristeceu-se
O dia fez-se realidade
Entre a dança e a verdade...

O mato cresceu de novo
Para ser roçado inda hoje
Entre suores e lágrimas...

O limite entre claro escuro
Na paz de saber-se vencido
Quando desvanece o sonho.






Rascunho


Todo o rascunhado está feito,
Do verbo que se fez gente,
Da pedra que se fez diamante,
Do pássaro conhecedor
Dos mundos vistos de cima,
Mas feito pela metade...
Falta um perfil mais perfeito,
Um diamante vindo pronto,
E pássaros contando viagens...
As pedras são amontoadas,
Viram casas, represam água,
O fogo domesticado já ajuda...
Mas o homem tudo estraga,
Estamos rascunhando planos
Para um tempo que sobrevirá.
Há que se tirar esta dúvida:
Quando o mundo começará?






Alter ego


O outro eu
Sobrepõe-se
Ao dia a dia
Com suas minhas
Fomes cotidianas,
Banais, mundanas,
Ocasionais?
Altera a percepção
Das necessidades...
Agora preciso mais
Da palavra, amiga,
Sólida, líquida,
Exatamente
Descomedida...
O outro se faz eu
Sob essa medida.

Sergiodonadio.blogspot.com

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