terça-feira, 8 de setembro de 2015

Desaforismos
Procurei a virtude
Ao rés do chão.
Encontro minha virtude
No que me é chão.

Vamos com o tempo
Aconchegando-nos
Até formarmos
Uma só sombra...
O telefone continua tocando...
A ausência vem atender.
Criticam-me pelas madrugadas...
Lembro que sempre alguém
Procura-me no face nesta hora,
Perdido das horas...
Idades
O chamado: “Senhor... Senhor...”
Até que perceba que sou eu
O senhor do chamamento...
Entro na loja, distraído,
Para sair pago pedágio
Com a compra simbólica
De um relicário...
No imperativo
O amor não pede
Favores...
Impõe-se favores.
Comprei um vaso em botões,
Por ser mais barato,
Desconhecendo valores
Desabrocham-se em rosas...
Serventias
O estádio vive seu dia de glória,
Amanhã estará desértico,
Murchando na história.
Molho caseiro
Alegrias custam pouco...
Para mim, às vezes, alegria
É ver tomates passados,
Em oferta, para o molho.
Por conhecer-me
Primeira vez
Com minha filha no colo...
Lembro minha mãe dizendo:
-Não acredito!
Motivos
Sinto saudade das pessoas,
Não de seus corpos...
De risadas que se foram...
Este livro de tankas
Fica tagarelando em mim
Suas verdades...
A criança é feita
De perguntas Ilógicas.
Não gostam de respostas
Que lhes pareçam lógicas.
sergiodonadio.blogspot.com

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