sexta-feira, 16 de outubro de 2015



Cunhas


Vós, fantasmas
Vividos por homens maus, sabeis
Dos soldados perdidos nas batalhas
E das crianças perdidas nos entraves?
Figuras de proa de nossa sociedade,
Que, sem esses audazes, sucumbe.

Vós fantasmas
Dos novos mortos nessa batalha
Sabeis das bombas, dos arrepios,
Do assombro das mães
Sob cobertores frios, que secam
Suas lágrimas por vós?

O que soa mais como grito
Esta fisga imaginária da hipocrisia
Dos baixos salários, bolsas, desvios...
Vamos chamar de realidade
Esse inimigo exposto ao jugo
Dos arqueiros vazios?

Vós fantasmas
Devorados pelas classes mandantes
Disso que seria democracia devem
Assumir o poder de gerar poderes
E gerir poderosos ali postos por vós,
Fantasmas... Hipócritas!

Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Saraiva,Perse,
Clube de Autores, Amazon.




Entre as camas

As pessoas variam
Entre as camas confortáveis...
Umas dormem tranquilas,
Outras apreciam da janela
As árvores floridas... Insônia
Quando as árvores secam
As pessoas que as habitam
Secam a poeira levantada.
As pessoas pedem chuva,
Quando a chuva inunda
As pessoas pedem arrego.
De suas camas confortáveis
Leem jornais e revistas
E passeiam olhares pelo teto
Redesenhado de manchas,
Mas não se importam
Com a chuva e seca alheias...
As pessoas confortáveis
Em as camas tranquilas
Que as janelas variam...


Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Saraiva,Perse,
Clube de Autores, Amazon.

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