quarta-feira, 25 de novembro de 2015



Criações


Criou-se uma lágrima
Ao ciúme da verdade...
Criou-se uma lágrima,
Essência acentuada...
Criou-se uma lágrima
Pela cancha malsinada...
Criou-se uma lágrima
Na ebulição exorcizada
Das mentiras paralelas
Tidas como definitivas,
Mas efêmeras, diversas.
Assim sendo o látego
Cria-se uma lágrima
Para o momento crasso
Ao ser de gênero lasso
Entre concubinas fartas...
Por ironia da tristeza
Ou do contentamento,
Motivo de cada beleza
A lágrima do momento.
Pelas idas e vindas da
Veracidade assumida
Cria-se uma lágrima
A cada despedida.




Às vezes o dia começa
Quando acaba...
Assim são as pagas
Dessa intensa lida.
Um tempo em silêncio,
Uma ida aos velhos
pergaminhos
e nada que se faça vida.
Às vezes o dia acaba
Assim que comece,
Na ilusão de a chuva
Ser resposta à prece.







A imagem do verso
É a solita palavra,
Não a foto inversa
Ao que se é dada.










Quando a parte em que
Tenho saudade adormece
A parte em que tenho
Esperança amanhece

 




Iluminuras


Andamos no escuro,
Mesmo com as luzes acesas,
Lanternas que nos guiam
Apagam nossas mentes...
Tropeçamos nas palavras,
Nas guias, nas barrancas,
E vamos em frente
Crendo num deus para cada ato,
Numa resposta
Para cada necessidade,
Num socorro para cada tropeço...
Estamos lesos à planura dos dias,
Sabemo-nos fracos
Mas portamo-nos fortes...
A comiseração talvez seja o fato
Que nos encobre.

Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Saraiva,Perse, Incógnita Portugal
Clube de Autores, Amazon Kindle.

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