sexta-feira, 11 de março de 2016





Cebolas


Cebolas são para descascar,
(E fazem chorar)
Como problemas a descascar.

Problemas na cabeça?
Essa é tua coroa de espinhos,
Vagamente lembrando...

Essa é a situação atual
De suas crucificações (i)merecidas...
És o cristo da ocasião.

Sabes bem a razão
De teus sacrifícios? Que paixão?
Nem eu, nem nós... Amigo,

Nem os santos...
Nem os pecadores das torres
Desse marfim torto...

Nem os amigos alheios,
Nem os alheios dos amigos prontos,
Alguma dúvida sarará.

Então, veremos oliveiras
E outras messes entre parábolas...
Que cristo és tu?

Que não se emenda...
Não perdoa, não destoa, mas pena
A mesma parição de loas...

Somos iguais, então,
Talvez sobre o juízo da razão,
Talvez a razão do juízo...

Pense, amigo... Pene...
Que a chibata vem perimindo
Tua mais nova ação.

Juntos caminharemos
Agora que somos, finalmente iguais,
Desnudos das ambições...

Seremos pares,
Ímpares das soluções desencontradas
Antes de nós?

Agora, amigo, sem manta,
Sem grana, sem grama sob os pés,
Mas sobre a campa,

Seremos muito iguais,
Como não antes, como não amanhã,
Ou jamais.

Qual a importância de nós,
Se num mundo de tiros perdidos
Estamos sempre sós?

O problema é que, neste apocalipse
Não há salvados, ganhadores,
Apenas soldados, doentes,

O mal da maldade é que
Se aprende a molda-la aos interesses,
Terrorismo não tem endereço.

Com endereço é nação, é cabível
A usurpação de braços e pernas
E consciências merrecas...

Somos ímpares, amigo,
Mesmo que soterrados pares
Nessa confusão de lares...

E nos lares, cabeças descascadas
Como cebolas, fazendo chorar
Os insensatos.

Somos iguais, como não antes,
Como não amanhã. Neste momento
De descascar emoções, e chorar.



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