quarta-feira, 30 de março de 2016

O PODER FALIDO
O poder público vive em estado falimentar, é fonte de desavenças financeiras, porque os tributos são parte societária de todas as empresas e profissionais de qualquer natureza. Sem sujar as mãos na graxa do dia a dia, nossos representantes sujam-nas na aplicação de sua porcentagem imposta. Já dissertei por vezes sobre José Carlos Rodrigues, assessor de gabinete do ministério da fazenda de Dom Pedro II, que aplicou um golpe falsificando assinatura de seu chefe e sacando na boca do caixa. Na época foi condenado e fugiu do país, depois foi proclamada a república, que o nomeou embaixador em Londres, mesmo sendo procurado pela justiça! De lá para cá o descalabro só tem aumentado. Deixando as pequenas usuras, contabilizadas em 12 por ano, vamos nos ater a alguns golpes mais em evidência: Pelo escândalo BANESTADO, foram desviados US$ 19 bilhões para os Estados Unidos. As autoridades conseguiram recuperar uns trocados, US$ 17 milhões, que foram devolvidos ao Brasil. O juiz Sergio Moro conduziu o caso que resultou na condenação de 97 pessoas. Também atuou na Operação Farol da Colina, onde decretou a prisão de 103 por evasão de divisas, sonegação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro (No caso do MENSALÃO, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber convocou o juiz Sérgio Moro para auxiliá-la, devido sua especialização em crimes financeiros e no combate à lavagem de dinheiro). Na MÁFIA DOS SANGUE SUGAS foram processados 78 pessoas dos 10 maiores partidos. No TRENSALÃO foram indiciados 11, do PSDB de São Paulo e do DEM em Brasília. No caso SUDAM o juiz federal Alderico Rocha Santos, do Tocantins, decretou a prisão, como “chefe da quadrilha” de Jader Barbalho (PMDB-PA) – Na OPERAÇÃO NAVALHA, de 2007 no PAC. foram presas 47 pessoas. A CPI dos ANÕES DO ORÇAMENTO pegou 37 por envolvimento em fraudes. O relatório pediu a cassação de 18, 6 perderam seus mandatos. No TRT DE SÃO PAULO cartel metro ferroviário, foram presas 47 pessoas por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de cartel e crime licitatório. Cerca de R$ 60 milhões dos alvos estão bloqueados. No BANCO MARKA a Justiça Federal condenou Salvatore Cacciola, o BB, Banco de Investimento e ex-diretores do Banco Central, a ressarcir o Estado em R$ 24 bilhões. No caso VAMPIROS DA SAÚDE 33 funcionários e lobistas foram responsabilizados pela definição de preços superavaliados de medicamentos e hemoderivados. etc. etc. Das tantas falcatruas, fica difícil avaliar qual a mais perniciosa, mas a mais recente, a lava jato, pode ser desfiada em tantas outras por vir, que, mensurada ao momento atual de desgoverno, pode superar na indignação popular o estrago feito ao longo dos desfalques passados. Há de se perguntar se, entre delatores e delatados, vai ficar alguém preso por mais tempo que os do mensalão, que condenou a pena maior apenas o contratado para preencher os contratos. “A vítima é a sociedade”, avalia a Polícia Federal, o que nos valha de consolo.

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