domingo, 27 de março de 2016


Regalias


Das regalias
Pouco se sabe...
Do menino vadio
À sobriedade.
Todas as fases
São apenas fases...
E passam...
Passam, mas deixam
Marcas indeléveis
Na memória
Desse futuro,
Pura jaça.









Desfraldes


Quando eu era jovem
O errado estava certo...
O tempo é assim:
O bem e o mal são tecidos
De uma mesma resma...
Desfolhada em intenções.
Aquela bandeira
Desfraldou-se ao tempo,
Mostrou-se débil,
Avisada que a morte
Debitou-se ao tempo
Sua mão pesada
De desalentos...
Quando eu era jovem
A distância era extensa,
Foi-se afunilando...
Neste tempo hoje,
Mesmo certo, talvezes
Mostram estar errado,
Nessa mesma corda
A puxar dois lados.


Hoje posso contar-lhes


Hoje posso contar-lhes
Que o tempo é uma corda
Enlaçada às noites dormidas
E às manhãs acordadas...

Hoje posso contar-lhes
Que a posição das estrelas
Mostra caminhos errados
Na névoa da noite invernal...

Que a mente e os braços
Estendidos formam escudo
Ao arremesso dos dardos...

E, contando, posso mentir
Verdades quase impossíveis
Nas mentiras acreditadas.

sergiodonadio.blogspot.com
editoras: Scortecci, Saraiva. Incógnita (Portugal) Amazon Kindle(EEUU) Perse e Clube de Autores





A pequena flor roxa


A pequena flor roxa
Na entrada de minha casa,
Nasce entre as frestas da calçada,
Todas as vezes em que o jardineiro
Apara a grama, corta-a pela raiz...
Todas as vezes ela volta a florir.
A pequena flor roxa
Exemplifica a solidez da vontade
Nesse tempo de desistências
A quaisquer aparas...
Jardineiros, preparai-vos,
As flores roxas são teimosas
Demais em suas vontades...


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