segunda-feira, 18 de abril de 2016

Livramento


Sonhar
Com a outra parte
Do mistério...
Tudo resolvido
Antes que se acorde
O senso...
Sonhar
Com um momento
Menos tenso,
Com a alegria de poder
Tentar o sustento
Do corpo e da alma
Nesses momentos
Sem calma...









Maratonistas


Atribulado
Com minhas ocupações
De aposentado
Olho esse homens vadiando
Pelo pátio da igreja...
Uns são aposentados,
Outros são desnorteados...
Todos estão desocupados
De suas vidas.
Corro para o banco,
Para o mercado, para o UPA,
Para consertar a TV, as máquinas
De uma casa cheia delas... Em greve!
Fazendo o mesmo percurso
Maratônio de sempre,
Acolho minhas passagens
De ida e volta, agraciadas
Pela terceira idade,
Planejando viajar de novo,
À custa dos passageiros
Que mantive alimentados
Em minhas sete décadas
De lavoro e pena.



Agora,
Quando dormem as águas,
Gelo e fervura se misturam
Na lavratura de nova legislatura.
Por onde olho flutuam sólidos
No líquido óleo formador
De ideias de seres ímpares
Nos plantios dessa terra.
Quando dormem as águas
E alimentam-se homens,
No gelo e na fervura
Se consomem.











Às coisas tristes


A coisa triste
Com a vida bole,
Intensifica-se
E te consome...
Vira e mexe
E mexe e vira
A coisa triste
Mais entristece.
Olhando a água
Levar a vida,
Que fora água,
Que é comida
Quando desagua...
A coisa triste é ver
Entristecerem
As margaridas,
Flores vadias
De nossas lidas.





Ações


Que não se aja
Com exagero,
Mas que aja com
O precisado,
Onde este haja.
Que a precisão
Nos aprece
À falta de melhor
Prece ao esfomeado,
Se apresse,
Não somos privilegiados
Ou desprivilegiados.
Somos uma massa
Que se socorre
Nas agruras de viver
Cada impasse
Passo a passo...

sergiodonadio.blogspot.com

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