sábado, 28 de maio de 2016


Sob uma camada de cinza


Todos os sonhos da juventude
Assaltam
A ideia de pode-los visualizar
Entre as realizações da lida...
Sob uma camada de cinza
O desfeitamento das obras,
Materiais e imateriais,
Postos no fogo das intenções,
Malogradas uma vez...
Talvez grandiloquentes,
Visto por este prisma da idade
O tempo se indispôs com o virtual,
Posto frente a frente com o real
Dia a dia, sol a sol,
Nessas manhãs enevoadas
De surpresas desfiadas prontas,
Depois das madrugadas
Planejadas longas,
Pelo sono inocente,
Almejado real.




Escovamento


É preciso,
Entre os afazeres desse dia,
Escovar os dentes e a alma,
Como disse o poeta,
Há dois mil e quinhentos anos,
Ainda atual nessa fase de hojes.
Escovar os batimentos
Desses corações endurecidos
E o sentimento dessas almas
Abrandadas pelos ditos...
Escovar a consciência
Do que se faça ao outro
Antes que adoeça a força
Que resiste ao mal.
Escovar o mal do mau
E perceber a cinza
Que daí sai... E prurir
A paz oriunda disso...

sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Scortecci, Saraiva.
Incógnita (Portugal)
Amazon Kindle, Creatspace
 Perse e Clube de Autores











Inspirações

Sem saber de onde vêm
Ou para onde vão
Redigimos as palavras
Em garranchos a corrigir...
Simplesmente ligando as letras
E dando vida a elas...
Nada planejado,
Tudo intuído na força da mente
De, sem pensar, deixar fluir...
Sabendo que não nos pertencem
E fazem de nós seus locatários,
Fiéis locadoras de nossos pensares...
Parecidos com gravadores
Enviando mensagens lidas
Nas linhas do horizonte.
Sem saber pra onde vão
Ou de onde veem as mensagens
Enviadas de algum lugar...
Distante ou ao lado.
Apenas pensadas originais...
Mas não, são cópias de ideias
Vindas desses pensares soberanos,
Emprestados aos escritores
Que vivem escondidos nas mentes
Receptivas, escrevinhando
Vidas.


Boa sorte!


Que é um desejo
Além de uma suposição vazia?
Pode seja poesia!
Pode enganar-se em pensar ser possível o que é sorte...
Diferente de crença de uma força externa inexistente, quando decidiu jogar fora superstição antiga e substituí-la por lógica, 
pode tenha tempo para ver
Estrelas cadentes brilhar no céu,
ou atirar moedas em fontes  
Quando realmente não tem níquel! Como pode desejar boa sorte
A um amigo em um exame
Ou entrevista se não acredita
Que isso tenha qualquer impacto
No seu desempenho do que retórica vazia é ilusão... Está direito? 
Ou simplesmente acreditar na validade de alterar o futuro! 
Anseio por algo profundamente melhor
atrás da verdade dessas mentiras
Mantidas na esperança!



Batalhas


Depois do vencido
Perder os dedos
O vencedor acaba
Perdendo os anéis...










Passado o susto
Novo dia amanhece
Literal e virtual mente...










Complacências

Arrumando a raiva em fascículos
Compreendo a dor dos enfermos...
Vendo a febre consumir os nervos,
O apêndice contorcendo as mãos
E o medo... O medo da dor maior
No ritmo longo do outro tempo...
Visto-me enfermeiro, sinto o odor
Da raiva, corrente fria, mazelara
A água corrente entre as veias,
Levadas serem fugidias à agulha...
Tudo ao tempo em que a chuva
Fenece a febre do outro, lá fora...
Na palma aleatória do tempo hora
Já vem a noite alvorando a aurora,
Que importa a dor ou a secura, se
A moça discute a bebedeira dela
Com todos, que se condoem disso,
De poder assistir à falência do ser
Frente à coligação de erros crassos,
Como fundir-se à cana a hipótese
De cansaço... Rocha incólume que
Do fracassado desmaio vertera
Criatura em desvelo pelo outro,
Que se o fez vassalo?


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