quinta-feira, 2 de junho de 2016


Igualdade


Tudo que não é meu,
É seu... Menos o que
É de consórcio...








Tirar as vestes
Da palavra difícil
Até que fique fácil
A falsa mesmice.











Tudo o que pode
A mesóclise elitizar,
fá-lo-ei sem falar.








A difícil arte
De dizer fácil
A notícia difícil...











Quando chego perto
O pássaro voa. Sei
Quão assustador sou,
Por não ser pássaro...








Post morte


Mesmo que
Em vida não fosse,
Em morte acaba
Sendo...







A paz tem a ver
Com consciência,
Que tem haver
Com a paciência...







Poderia voar...


Nas grades da cadeia
Entre a peia e a lua cheia,
Mas estamos aqui olhando
Esse céu de estrelas.





No ritmo de outro tempo


No ritmo de outro tempo
Embalo minha fé em recalques...
Reverenciando momentos
Nas palmas ao sol nascente.
Sou aquele que combina sons
À alegoria dos passantes
Nessa procissão de crentes...
Que trabalha a argila para
Cobrir a casa das intempéries.
Moldo a louça deixada fazer-se
Do barro de que fui também feito
Entre bacias, baldes e defeitos...
Sou a rocha desfeita em bolsos,
Sou na foto a camisa xadrez,
Filho da hora tardia da guerra.
Sou a guerra vencida ser...
Somos, assim, irmãos de sangue
No que o tempo propôs e erra
No ritmo tardio do tempo
Tentando a paz da nova era.



Guardados


Lugar de guardar
Segredo é a alma,
O corpo é suspeito,
É condoído...
Lugar de guardar
Mágoa é o corpo,
A alma é suspeita,
É condolente...
Não tenhas pena de
Um corpo manco,
É por ter vivido muito...
É a alma surribando
Que interessa
No emaranhado fuso
Entre risos e lágrimas...
Lugar de chorar mágoa

É o coração perdoado.

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