domingo, 19 de junho de 2016

Mendigados


Há de se pedir perdão
Pelos atos desumanos...
Talvez não de si,
Mas dos outros...
Em sendo humanos!


















A saber


A saber
Que o amor tem
Seu próprio corpo,
Arranhado pelas unhas
Do êxtase, se extásseis
Pronto à própria dor,
Tristezas... Remorsos...
Asperezas acostumadas
A estender suas passagens...
Palpando seu próprio campo
Na beleza da amenidade
Momentânea... Saudade...
A saber
Que o corpo tem o amor
Em sua lavra de cicatrizes
Expostas à própria dor
E suas raízes.

sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Scortecci, Saraiva. 
Incógnita (Portugal) 
Amazon Kindle, Creatspace
Perse e Clube de Autores



Abordagem


A beleza do discurso
Pode seja a sinceridade
Entre as fases boas, e
As amarguradas...
A abordagem cara a cara
Envolve sentimentos,
Motivações, lágrimas?
Talvez o riso, mesmo sarcástico,
No aperto de mãos e olhares,
Na fricção das palmas...
De Palmares?
A beleza do discurso
Será sempre a sinceridade,
Mesmo que mentida,
Entre os pares.








Parcerias


Parceiro,
Traga sua aposta
Para nossa mesa
E poderemos ensoar
As palavras amargas
Em doces melodias...
E poderemos aparceirar
Nossas ideias cambiáveis
Às nossas fronteiras.
A relação amistosa
Tem de ser forte,
Expressa nas ações
De alcance de milhas,
Feixe de luzes à surdina
Das intenções outras.
Parceiro,
Sejamos outra vez
Ímpares nessa parição
De pares.




Criacionismo


Arrastamos
Pelas ruas
Nossos cadáveres,
Sem os ter morrido.
Somos a obra da arte
Final de um criador,
Despercebido da dor
Que criaria,
Sem sentido.














O fazer de conta


Façamos do tempo relógio
A voz de quem ficou...
Eram dez, já são as quinze,
E esvanece o que sobrou,
Os dedos ágeis, toalhinhas,
O fazimento de suas flores
Nas agulhas de crochê...
Dedando obras de arte,
Vivendo o dia a dia
Como quem parte...

Façamos de conta
Que o tempo não passou...
Façamos pouco
Do silêncio que ficou...
Inda te lembro a semear
Conselhos à nova flor,
A que vigora na vida minha,
Das horas que me deixou
Na cirandinha... A cirandinha
Das dores que revelou.





Cuidemos da palavra dada.
Não existe erro que não possa
Ser aperfeiçoado...











Nas coisas boas que deixou,
As imateriais talvez sejam
As de mais valor...




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