terça-feira, 5 de julho de 2016

Noticiários


A mente procura consolo
Nas coisas fúteis... (inofensivas)
Ocasião em que os jornais televisivos
Dão um tempo para a propaganda,
Itens sem uso algum,
Mas que são mostrados como imprescindíveis,
Naquele varal de tranqueiras
Sobre a pia da cozinha
Ou dos banheiros,
Tão descartáveis quanto
As notícias de todas mortes, (ofensivas)
Usadas como atrativos válidos
Pelas trambiqueiras...
Passando pela (in)tolerância dos atos,
Dos soldados aos estupradores,
Que as telas mostram como novidade









As coisas e as pessoas,
Que se tornam coisas
Na visão de apartes,
São os astros dessa pantomima
De recados...
Os soldados e os bandidos
Mastigam maçãs enquanto atiram
Nos que passam...
Os soldados e os bandidos
Escrevem bilhetes amorosos
Enquanto lavam o resquício
Do sangue, com sangue dos coitados
Que inadvertidamente
Passam à sua frente
No exaspero do momento.
E ferem a alma com tal desplante
Que nem se sabem chegados
Ou retirantes...







A mão sobre o peito
Está perto do coração...
O mais que foi possível.





Se não sei porque
A pessoa fez o que fez,
Porque vou dizer que
Não deveria ter feito?





.

Sob a visão opaca
O mundo ri do nada,
Alguém tropeça e cai,
Alguém se esguicha água.





Lambrequins

O romantismo externado
Em madeira de lei protegendo
Do destempero do tempo,
Pondo o passado presente...

Janelas fechadas

Seres recalcados...
Eles existem!
Na pele de quem rouba
E de quem é roubado.

A violência leva à violência...
Quase apanho quando o digo,
Repetindo o mesmo susto
A cada “menino” preso
Ao crime desorganizado...
Quando vejo esses achaques
De pequenos vergados
Penso em quem amestra
E quem é amestrado...

Seres desumanizados...
Eles existem!
Na pele de quem farda
E de quem é fardado.





Talvez eu seja
Menos do que sou...
Porque ao ser
Deixo de sorver
O que seria
Se não fosse.







Numerologia


O que dizer
Do número certo?
O que daria certo
Emendado o verbo?


Discípulos de Diógenes

Talvez estejamos diogenesando,
Procurando com lanterna, alguém
Cuja honestidade seja transparente...
Dizendo bom dia às estátuas
Representativas desses procurados...
Vivendo das sobras deles, como o cão,
Servindo a duas bandeiras opostas
Sob o mesmo distrato da verdade...
Talvez estejamos procurando
Algo que a lanterna apague.


sergiodonadio.blogspot.com
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