domingo, 30 de outubro de 2016

Hoje


Hoje
Não é um bom dia
Para ler jornais...
A ocupação das escolas
Por quem deveria louva-las...
Por influência de dissabores.
A dissolução dos congressos,
A podridão de congressistas,
A destruição da memória cívica...
Que pena...
Que pena essas almas
Tão pequenas...











Receita
Aos meninos nas trincheiras
Do livro Acontecências

Embora as circunstâncias...
Embora as companhias...
Embora a mapoteca te circunde,
Seja tu mesmo!
Que as circunstâncias mudam,
As companhias se vão para as vidas...
Que o mapa se amplie de sonhos,
Tu mudará junto!
Segue teu caminho de pedras,
Que entre elas está a fonte
De água fresca de que precisas...
Gesticule do teu jeito
Que o jeito é tua personalidade...
Embora calejes tuas mãos e pés
Nesse caminho asperso
A pedra molhada estará fresca
Ao teu passo... Ao teu toque...
Ao teu abraço.
Pega tua enxada e semeie,
Que é dela tua colheita...
Fácil?
Não!
Factível frente à tua capacidade
De sonhos realizáveis.
Achas essa receita aceitável?
Mas, para cada pé descalço
Um molde ímpar se faz necessário.
Não ouça ao pé da letra o que digo
Mas faça. Faça-te!
Consiga!




Obstáculos


Camadas de sal...
Camadas de rocha...
Camadas de argila...
Sedimentos...
Sedimentos...
Lâmina d’agua...
Sedimentos...
Sedimentos...
Vida humana...
Vida subumana...
Em todas as camadas
Sedimentadas
Em todas as idades
Acamadas...









Expatriados


Os que nasceram em África
Nos tempos rudes: Bantus,
Nagôs, Ketu, Egbá e Sabé; 
Os Jejes, Fon, Ashanti,
Ewé, Fanti e Mina
Malês, Mandingas, Fulas,
Tapas, Bornu e Gurunsi...
Entre outras raças, trazidos
Em cada década de um lugar,
Tornados aqui apenas Negros.
 -Sem alma!
Que vergonha, meu Deus,
Desses nossos antepassados
Sem alma...












Enquanto o grito voa,
O silêncio é submerso.
Ambos se fazem ouvir...








À esta altura do vivido
Não sei se existo, subsisto,
Ou plaino entre planos

De sonhos desiludidos...

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