sexta-feira, 24 de março de 2017

CONVIDO-OS A VISITAR
MINHA PÁGINA COM VÍDEOS
E MAIS TEXTOS.     

Separar o trigo do joio


Dos males o maior,
Que os menores não trazem alento.
A verdade é que somos todos
Cavaleiros sem cavalariça,
Com momentos cavalheirescos…
Nesses momentos nos tornamos
Cavalheiros, esporadicamente.
Separar o trigo do joio,
O objeto do dejeto,
Correr atrás dos bons momentos,
Descartar maus pensamentos…
Frise-se a calma momentânea,
Rize-se do humor terceto,
Antes que se acanhe e volte
À cavalariça e desgorne
Em treliça o desfeito.


Sergiodonadio.blogspot.com
Editoras: Scortecci, Saraiva. 
Incógnita (Portugal) 
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Perse e Clube de Autores


CONVIDO-OS A VISITAR






Palavras pesadas


São aquelas que machucam
Quando expostas
À conscientização.
Aquelas que adentram
Até às lágrimas
O senso destroçado.
As ditas na surdina, longe,
Que respostarão à altura
Aos ouvidos moucos dos que
Lavraram antes a inquietação
Das verdades… Na verdade
As palavras pesadas
Têm eco, às vezes tardio,
Mas sempre contundente
Ao extravio…








NENHUM DE NÓS


Nenhum de nós
Pôde libertar-se da condição
Gravitacional do outro…
Estando só,
Estará supostamente liberto…
Mas não,
A solidão também prende,
Se não pelo elo,
Pelo silêncio das vontades.
Nenhum de nós
Tem a liberdade do grito,
Mesmo que emudecido
Pela intimidação.
Ajoelho-me à razão de que
Nenhum de nós prende,
Ou está preso, sem as amarras
Da conscientização.






Procuramentos


A poesia que está em mim
É a poesia que sai de mim…
Não é a poesia funcionária,
Nem pública nem privada.
Talvez seja, com
Alguma boa vontade,
A poesia operária
Causada nas tardes trabalhadas,
Deixada das artes sectárias…
A poesia que sai de mim
É minha verdade camuflada.












Esponjamentos


Ao procurar por mim
Em todas as portas,
Não me encontrei
Em nenhuma…
Talvez porque
Já não estejamos aqui.
De um passado distante
Me procuro,
Como procuro os amigos,
Mas todos se foram…
Arcaram-se aos anos,
Debilitaram-se nas mentes,
Esponjaram-se…
Por isso não me encontro
Nessas portas abertas
Ao novo.







Escatológica?


Perguntado à mocinha
O que invejava no homem,
Respondeu de pronto:
- Mijar em pé.
A mim me causa inveja
Essa despudorada
Linguagem nova,
Com acintosa escatologia,
Em minha visão de passado,
Enlaçado nas palavras
Vistas besteirantes
A rubrar as faces lívidas
Dos velhos hippies.













Não é tão difícil
Acreditar no sonho,
Na realidade do sonho,
No construir-se o sonho…
Cinzel a madeira,
Pincel e tela,
A mão firme na manhã
Acordando a vontade…
Não é tão difícil
Acreditar na verdade
Que fez parte do sonho
E se abre…













O desejo pela maçã
Quase a torna adjetivo
Cunhado à ideia sã
Que satisfaça o sentido

O desejo não explorado
Morre por inativo
Trocado pela saudade
Pode seja um suspiro

O desejo a cada idade
Abrange novo sentido
Cunhado na liberdade

Da vida sonhada ser
A vez de cada verdade

Ou que passou a ter sido

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