quinta-feira, 20 de abril de 2017



Vou segurar esse tempo,
Talvez o tempo em diga
O que acontece em seguida,
Que estou revendo o tempo
Com menos dedos que antes
Do tempo em que eu era…
Talvez os menos cabelos,
Menos tenso, menos raiva…
Mas o que me faz falta
São os dedos que se foram
A não findar comigo
O tempo vivido…














Agora voo
Sobre os sonhos passados,
Alguns tornados realidade,
Outros sepultados
No descaso do olvido…
Onde se enterram sonhos idos.
Agora voo
Os amanhãs comigo,
Sem pressa, como os já ter
Vivido…
















A beleza é uma mentira?
Todas as faces têm sorrisos,
Às vezes choros, carrancas
Na manha dos sentimentos
As faces podem ser maquiadas,
Mas serão supostamente lindas?
Não!
Apenas maquiadas,
Depois lavadas,
E as caras lavadas são a verdade,
O resto é a mentira a enganar
O próprio espelho,
Espelhadas felizes, quando não.










A lógica


Não procuro por nada nesse nada,
Por nada ter por tendo perdido.
Nessa certeza de caminhar à frente
O sentido de perda perde o sentido.







No guardar as horas


Sinto-me assim
No guardar as horas,
Esta espera fútil
Para ir-me embora…







Sabe-se agora que a paixão infere
Dores atrozes junto ao prazer meeiro,
Que vozes soam ao tornar-se breve
Este prazer que inda foi primeiro.

Sabe-se agora que a força enleve
O que o medo, por forçar, o fez,
Como se refaz na forja o ferro
O que do ferro se terá a fazer.

Mas, por que tanto professar a luta
Se a minúcia te mostrará o erro
De forçar torcer-se à força bruta?

Se todos somos frutos desse erro
Que faz da liga o fero ferro
Entre gemidos desse amor treteiro?









Não sei por onde passa
A estrada em mim,
Sei que deixa marcas
Como pneus no capim…






Quando o que procuro
Tiver sido encontrado
Além de mostrar o futuro
Contará a meu passado…







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