sábado, 13 de maio de 2017

O que dizem


Dizem que há
Uma arte para juventude,
Diferenciada da arte
Tradicional…
Mas,
Qual a tradição da arte?
A arte pela arte…
Pintura, gesso, encarte,
Poesia, trecho, em carta?
Quem sabe o antigo seja
A arte inda benfazeja…
O hip hop, entende?
Que faz do tema a gente.
Dizem que há vida
No que ficou da lida
De mius anos…
Seria inda profano?
Da pedra lascada
À vida lascada
A arte é a sobra
Das sacadas…









Espelhamentos


Espelham mostram a vida
Como ela é…
Sem frescura ou pintura,
Dedos ou dedais,
Só passado, nem futuro…
O espelho espelha o riso da hora,
Quando o riso vai-se embora
Mostra o ranço, a carranca
Que é a realidade
Depois da foto…




















Uivos


O vento uiva e me assusta,
À luz de fora descubro
Que não existem fantasmas
Nas folhas farfalhando
Ou vampiros atrás dos gritos,
São apenas gatos
Com seus olhos brilhantes
Desafiando o equilíbrio
Dos medos normais
Desses instantes…




















Falas tortas


Falar torto é coisa de bandido.
A solidão deve doer igual
A hérnia de disco…
Mas sobrevivemos a isso também,
De repente uma voz sai do silêncio
E conclama para ir à luta!
Todos passam a se mover, atônitos,
Mergulhando num sonho vermelho
Dessa sociedade menos odienta,
Menos doída que isso,
Que identificam com hérnia
A solidão da ideia fixa
No falar torto desse bandido
Intuído em nós.



















Quando em criança
Tinha medo de chinelos…
Cresci-me
Tenho respeito
Pelo mesmo chinelo
De meus medos…



























Sou uma pessoa
Margeando águas,
Mesmo que não o saiba…










Essa é minha arte:
Respirar morrendo…


















Quando já não há mais queixas
A dedilhar a mente
A gente deixa de escrever,
Como diz Torquato Neto?
Mas continuo queixoso
Das inutilidades,
Como diz Manoel de Barros…
Tecendo palavras inutilizáveis,
Por isso inda se faz preciso
Junta-las, talvez em versos,
Talvez no que me cala
Cada momento.


















Cosidos


O mal cosido macacão
Se esgarça nesses ids
Feitos de horas amargas…
Tempos rudes, alguma sarça,
Um tanto sol um tanto mágoa
Nesse tormento sob chassis,
Ante roncos desmesurados
E chaves sem boca.
O uso de tudo se faz
Ferrugem e pó e laços
Que se desfazem num mal cosido
Acertado entre partes,
Sem apartes…



















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