sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Poesia concretizada


Hoje ganhei uma poesia,
A presença idílica de uma mariposa
Pousando sob a luz, translúcida,
Acesa em cores,
Poeticamente inocente
Do que assiste em redor…
Pura poesia…
Voando em círculos,
Ofertada a mim como palavra
Soletrada bela
Entre tantos rancores,
A arte que emana dela
Em suas cores…










O som líquido


Ouço o som
Líquido da várzea…
Choveu antes, agora envasa,
Entre taboas e patos selvagens
Eu ouço a água escorrendo delas 
A enfeitar o pó dos dias…
Esta noite a rainha dos céus
Passeia no reflexo das águas…
Brilha, mais que antes,
Sua presença imaculada.
Ouço o som líquido na várzea
A passear sobre cabeças
Em manadas…
Agora a estrela Dalva cuida
De reinar nesse reflexo,
Espelho do poder das águas
Sobre a secura
Do concreto…





A condição de estorvo


Passou
À condição de estorvo
A presença amarga
Da tristeza
Entre as fotos
De alegrias desfeitas…
Faia de folguedos
E folhas soltas,
O amarelado outono
À espreita…
Desfaz firulas
Até hoje aceitas…
Pena que a penar
Se enfeita,
Misericordiosamente
Refeita
Nesses ramos novos,
Inda por vindouro anseio,
Na espera infinda
De ser aceita.



Se eu pudesse


Se eu pudesse acreditar
Nas promessas descumpridas…
Se eu pudesse acreditar
Na vida no fim da vida…
Se eu pudesse acreditar
Na manhã nova, amanhecida…
Se eu pudesse acreditar,
Talvez fosse de se esperar
Nas verdades consentidas
Uma forma de partida…
Mas não me é concedida
Tanta ingenuidade…
Por isso sofremos mais
Do que a dor devida.









Meado de azedumes


O tempo,
Meado de azedumes,
Traz uma história nova
A cada susto…
Quando eu terminar
De mentir minhas verdades
Poderei, enfim,
Mostrar caminhos
Aos caminheiros,
Dessas aventuras
Desventuradas…












O par de chinelos


Com um par de chinelos
Se educava as crias…
Das mulheres e das cadelas.
Com um par de olhares
Se compreendia
A ordem de calar-se.
Com um par de punhos fechados
Se definia o lado nessa cerca
Que divide o tempo
Em cercados…
Vejam, com desalento,
Gestos obscenos, bocas sujas,
Por uma pá de razões
Desde pequenos cães e meninos
Se revoltam e se criam a esmo,
Já não se sabe quem definirá
Os amanhãs
Nesse nebuloso tempo
De revoltas sem causa
A bater palmas ao imediatismo
Das horas pávidas.


Entre as gretas do cercado


Entre as gretas do cercado
Passam as verdades…
Sussurradas pelo vento
Ou quietadas pela tarde,
Evidentemente amargas
Como só as verdades…
Um dedo em riste acusa,
Mas também manipula
Ordem para seguir adiante,
Sexo, ou se fazer silêncio.
Os dedos conversam assim
E entre eles se entendem.
Quanto às bocas, se fecham
E não dizem nada.
Entre as gretas das palavras
Passam as verdades.


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Eu não fiz o sonho
Pego o sonho
Que me foi dado








A idade furta-te
Algumas vontades
E te oferece outras,

Sem vaidades…

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