terça-feira, 10 de outubro de 2017


Nacos


Cato
Na poesia
Nacos
De respostas.
Aceno
Ao fraco
Sustentáculo,
Quase morto,
Rebates…
Quase desanimo
Quando tudo
Entorta,
Mas sigo em frente,
O tempo
Não tem volta.
Volto
Ao tema lúdico
Em nacos
Do que fui
E tento ser
Outra vez
Minha luz.




Noz que se perdeu
No bico da gaivota,
Gaviona que viola
A volta ao que
Não foi, espera…
Talvez em menino
Troncho, tímido,
Querendo-me feliz.
Nacos de memórias
De entreveros
Perdidos na resposta:
- Quando fomos vis?
Quando nos tornamos
Mortos
Nessa ilusória luz,
Que nos derrota.
A um tempo de carriolas,
Carruagens desenhadas
De ilusões…







Na ocasião,
De cegos pensados
Nobres em nossos
Pobres ideários…
Ou fomos mesmo
Reais, embora otários?
Cato dessas fezes
Deixadas nas trilhas
Algo que inda brilha,
Ouro do tolo
Menino que cresceu
Mas não se fez homem,
Fez-se apenas
Mais culpado
Inconscientemente,
De não ter passado,
Apenas um naco
De futuro áspero
Num presente fraco.







Oras!
Que me vale
A experiência
Se doeu tanto
E cicatriza apenas
As feridas velhas,
Dando lugar
A outras feridas?
Tanto se me faz
Se o dia acaba,
Somos o restado
Das memórias
Fracas
De um tempo
Que não volta,
Mesmo procurado,
Mas se eterniza
No campo das batalhas
Revividas,
Tendo por vencidas.






Desses nacos
De momentos
O que se tornou vida?
Talvez algo
Que não deixou
Ferida…
Não por não machucado,
Por assimilado
Como fatídico
Destino
Desse desgraçado
Que tentou,
Sem ser ouvido.
Apenas o grito do eco
Como resposta
Ao dito por não dito
Ficou no sangramento
De cada volta
Aluída ao vento.







O destino
Do que foi,
Não por ter ido,
Volta a fazer
Sentido.
Quem sabe agora,
Vendo-se no espelho,
Vê-se sem rugas
Esse fedelho,
Entre velhas mortes
E novos nascimentos
A paz não conseguida
Em tantos relentos
Que tomou o tempo,
Mais que a vida,
Na tomada febre
Onde espera alívio.
Ponto final é breve
Exclamação perdida
Nas interrogações
Sem vírgulas.


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