quarta-feira, 15 de novembro de 2017

                       Cipriano de que?...
Dizem que um povo que não tem memória não tem futuro. Deixando de lado as novidades, quase sempre brutais, quero memorizar o grande brasileiro Cipriano José Barata de Almeida (*1762 +1838) um herói até pela longevidade. Filósofo, médico cirurgião, jornalista, baluarte da independência, bateu duro nas instituições governamentais da época, e por isso viveu boa parte da existência aprisionado por todo o país. Já em 1798 participou da conjuração baiana, dos “alfaiates” mais marcante do que a inconfidência mineira, por seus propósitos e pela repressão sofrida, onde meia centena de pessoas foram degredadas ou condenadas à morte, algumas esquartejadas. Cipriano, com seu jornal “Sentinela da liberdade” opôs-se veementemente ao governo pregando a igualdade social e racial, como o fim da escravatura, a extinção de privilégios, o livre comércio e outras “barbaridades” que o levaram à prisão por tantas vezes, mas que não abalaram suas convicções. Chegando ao ápice quando, preso em Fortaleza de Santa Cruz, negou-se a falar com Dom Pedro, que o procurara, dando-lhe as costas acintosamente em sua cela. Em 1821 foi eleito deputado junto à Corte de Lisboa, onde defendeu com seu nacionalismo, a independência do Brasil e do povo brasileiro. Proclamada em 1822, foi preso, calado pela repressão de 1823 a 1830. Solto voltou à imprensa publicando periódicos de oposição à política reinante. Em 1836 abandonou o jornalismo e a política.
Sabe o que isso tem de atual?  Os levantes dessa gama de heróis foram contra abusos das autoridades, aumentos de impostos, disparidade entre classes, privilégios aos políticos e outras regras arbitrárias.  Foi a primeira revolução social brasileira e morreram tantos para que tivéssemos justiça social... Que não temos!
Sabe o que isso tem de atualíssimo?  As pessoas presas e realmente castigadas foram as mais humildes. Os “revolucionários” de projeção ou foram absolvidos ou nem foram presos!

E sabe o que mais dói? É que as pessoas do cunho de Cipriano Barata foram escondidas nos tapetes da história. Pergunte aos estudantes...

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