quinta-feira, 2 de novembro de 2017

TÁ RUÇO, SEU OLAVO

Olavo Bilac em 1900 / Eu em 2017
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! / Tá ruço,
Criança! não verás nenhum país como este! /Como não?

Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! / Devastada
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, / rolês?
É um seio de mãe a transbordar carinhos /Não amamentam 
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, / e favelas
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! / E vendavais
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! / Sim, insetos
Vê que grande extensão de matas, onde impera / motosserra
Fecunda e luminosa, a eterna primavera! / E o verão?
Boa terra! jamais negou a quem trabalha / desempregados?
O pão que mata a fome, o teto que agasalha… / os sem teto?
Quem com o seu suor a fecunda e umedece, / padece…
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! / Na lava jato
Criança! não verás país nenhum como este: / mudou muito…
Imita na grandeza a terra em que nasceste! / Cansei.

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