quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Em algum tempo da vida
Em algum tempo da vida
Me perdi pela aí…
Perambulando desvividos
Por praias, matas, serrarias,
Cercanias de cidades…
Em algum tempo da vida
Me reencontrei pela aí…
Casei-me, fiz filhos e casas
E progressos e poesias…
Em algum tempo da vida
A história me alcançou,
A minha história,
O fazer da vida minha.
Em algum tempo da vida
Me encontrei à deriva…
E cá estou, lembrando
O vivido em pontos da vida.
Paro para tomar fôlego
E me procurar, perdido
Em algum tempo da vida
Deixado ficar numa cicatriz
Perdida entre tantas,
Saradas com o tempo…
Esse remédio, irremediável,
Entre suspiros e lágrimas,
Entre silêncios e gargalhadas
E vontades vencidas
Pelas idades vividas
A desninhar aqueles sonhos
De algum tempo da vida
Que vivi, que não vivi…
Que descrevi no que escrevi
De sentidos e sentimentos,
Mesmo cruéis, desabonadores,
Momentos a ser lembrados
Nesta tarde chuvosa quando
Não quero sair da cama
E me sinto, enfim,
Desastrosamente aposentado
Nesse tempo de existência
Que não se encaixa
Naqueles tempos da vida
Que me propus descrever
Em poucas palavras, parcas,
Com ponto e vírgula
e vírgulas sem ponto final,
Só mais uma vírgula,
Afinal.
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