sexta-feira, 13 de abril de 2018


Cicios


Anoitece em plena
Extensão do texto,
A cigarra cicia
Escondida,
Ao medo de ser vista
E pegada.
Anoitece a fala
Das meninas brincando
As cirandinhas…
Ante a paz advinda
Dessa espera
A cigarra, a medo
Se cala.





















Não se sabe quem
Está errado ou certo.
Mais certo é o incerto.









Gostar de pertinho
É a impertinência
Dos ausentes queridos…


















Segundo Paulo Coelho:
O amor é uma pergunta
Sem resposta.
Tenho outra visão disso:
O amor é uma resposta
Ao que não foi perguntado.








Uns vencem pela aparência,
Outros apesar dela…













A paz que nos governa



A paz que nos governa
Chega ao avesso,
Urrando suas forças
Entre crianças assustadas…
Fazendo voar as pombas
E esconderem-se os gatos…
A paz que nos governa
Expressa nessas togas
Ameaças veladas sobre
Madrugadas sombrias
Estendendo votos
E críticas aos devotos…
A paz que nos governa
Por nervosa expia.















Poderes


Se pudesse
Daria mais atenção
Às pequenas realidades
De meus sonhos…
Se pudesse,
Não voltar, mas refazer
Os momentos desfeitos
Pelo tempo…
Se pudesse
Sorriria aos meus medos
De ontem, anteontem,
Que o tempo esclareceu.
Mas não posso,
Além de lembrar a saudade,
Refazer cada passagem,
Então está na hora
De contentar-me
Em sorrir das situações
Chorosas de ontem.











Índole


Sou o predador!
O que faz campanhas de preservação
Enquanto devasso ao redor.
Sou o que admira
O canto dos passarinhos avoados
Mas os prendo engaiolados…
Me encanto com as cores das flores
Mas as decepo…
Sou o que fere, transgrede,
Regride ao estado troglodítico
Enquanto me vanglorio defensor!
Invejo o voo do pássaro,
A agilidade do peixe,
A beleza selvagem do felino,
Mas combato todos
Com minhas prisões sem grades,
Neste torvelinho.
















Vives soçobrando
Sonhos de partir
Por medo de
Cada chegada…












Consciências intranquilas


As mentiras do passado
Se tornam verdade
Por falta de testemunha…








De mãos vazias


Coração carregado…
Se tiveres vivido cem anos,
É uma vida!
Mas,
Cada minuto é uma vida…
De mãos vazias
Através desses tempos
Vividos entre minutos
De espanto.



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